Quando Ricardo era um bebê seus pais se encantavam com a criança tranqüila que passava horas sentado na mesma posição, brincando com um objeto sem interessar-se por outros.
Só quando o menino vai para o jardim-da-infância é que os pais são alertados pela professora de que o filho apresenta sinais de autismo. A luta desta família para integrar Ricardo a uma sociedade que geralmente exclui os 'diferentes' é mostrada em 'Mãe, me ensina a conversar', escrito por Dalva Tabachi, a mãe do jovem autista e de outros três rapazes sem qualquer problema.
Mais do que um emocionante relato sobre a experiência da família para adaptar Ricardo ao mundo e enumerar os progressos que o rapaz alcançou, sempre estimulado pelos pais, irmãos e por um grupo de profissionais especializados, Dalva Tabachi alerta para a necessidade de não esconder as chamadas 'pessoas especiais' e enfrentar 'olhando de frente' a discriminação, a incompreensão e o preconceito. Para a autora, quem tenta proteger o filho especial e o retira do convívio social pode estar querendo ocultar que produziu alguém que foge aos padrões idealizados pela sociedade.
Médicos, psicólogos, professores de música e outros profissionais da equipe que acompanhou Ricardo desde criança também contam, no livro, a evolução do tratamento do rapaz, que, hoje, aos 25 anos, trabalha na empresa da mãe, aprendeu a ler e a escrever, faz parte da equipe Master de natação do Flamengo e demonstra interesse em noticiário.
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