A Volta ao Mundo em Oitenta Dias" conferiu a Julio Verne renome mundial e fez dele um homem rico. Para se ter uma ideia do estrondoso sucesso, quando publicado em 1873, o livro vendeu surpreendentes 180.000 exemplares, com as traduções para o inglês, russo italiano e espanhol. Sua história gira em torno de uma aposta entre o excêntrico Phileas Fogg e os membros do Reform-Club da qual ele faz parte. O que está em jogo são 20.000 libras, caso não consiga circunavegar a Terra em "apenas" oitenta dias na companhia de seu criado, o francês Jean Chavemestra. Por sinal, a bordo de navio, trem, coche, escuna, cargueiro, trenó e até elefante, a dupla revela-se bem ajustada mas também singular. Enquanto Mr. Fogg é o estereótipo do inglês: fleumático, polido e metódico; Verne foi mais generoso com seu compatriota, Chavemestra é perspicaz e empático com pessoas e lugares. Munido de muita imaginação e de um exemplar do Bradshaw's Continental Railway Steam Transit and General Guide, um guia com horários de partidas de chegadas de trens e navios, o escritor criou uma história deliciosa, repleta de aventuras e capaz de perdoar todas as inconsistências geográficas que aparecem em suas 234 páginas. Partindo de Londres, Phileas e Chavemestra cruzam com personagens interessantes, como Mr. Fix, um detetive atrás de um ladrão de banco, e Mrs. Aouda, uma indiana condenada a morrer queimada junto do cadáver do marido num bizarro ritual. Enfim, após inúmeros acidentes e imprevistos, um erro de cálculo marca um dos desfechos mais brilhantes da literatura mundial. Avaliação de Leila de Carvalho e Gonçalves
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